A Esperança em Star Wars

Em Star Wars, a Esperança é um elemento que está ligado diretamente ao eixo central das história. Em cada filme, temos a esperança sendo depositada em algo ou alguém. Em nossas vidas não é diferente, em cada fase que vivemos, temos a esperança de algo, o vislumbre de dais melhores.

Os momentos difíceis, de crise, são os que nos levam a devotar nossa esperança em algo. É a esperança que nós leva a acreditar, que nos mantem de pé em nossos desafios. Essa correspondência entre a saga e a realidade é algo extremamente humanizante.

Um Panorama da Esperança no Filmes

Partindo de uma ordem cronológica, vemos que em cada filme, temos a esperança depositada em algo, ou alguém:

Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma

Aqui temos a esperança mais centrada em algo do que em alguém, a esperança da galáxia está em repouso, estática, em um tempo até então de paz e justiça. A esperança quase não é estimulada em tempos assim. A esperança está na República funcional, nos Jedi mantedores da paz, na ordem.
Eis que uma ameaça fantasma quebra esse estado cristalizado de paz. A República começa a falhar, a democracia parece não estar funcional, a paz é ameaçada pelo avanço dos separatista, o rumor seguido da confirmação de um Sith.
Com a troca do chanceler, temos a esperança agora depositada em Sheev Palpatine, o senador de Naboo, a quem passa a ser depositada a esperança, esperança de que diminua as burocracias e seja fiel à democracia.

Star Wars Episódio II: O Ataque dos Clones

Aqui vemos um panorama de continuidade ao episódio I. O objeto de esperança é Palpatine, o chanceler que salvará a república. Vemos que por vezes a esperança está depositada em mais de um objeto. Aqui vemos que agora o pensamento pacífico se foi, é um tempo de guerra!
Agora a esperança está no poder da República em conter os Separatistas, no poder dos Jedi em liderarem o poderoso exército de clones. O poder da força (com f minúsculo mesmo) é onde está a esperança. A princípio a sensação é de vitória, mas uma guerra tem muitas batalhas para que seja definido quem ganhou ou perdeu.

Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith

 

Dê um play e vamos continuar a leitura:

 


A princípio parece que tudo vai bem, a esperança de que a paz reine outra vez parece próxima. A República, mesmo com derrotas, avança cada vez mais, Conde Dokan, lider separatista, está morto, falta pouco para o que os Jedi e a República achariam que seria o fim da guerra.
As vezes, depositamo nossa esperança em coisas vãs. Eis um grande perigo, foi o que a República e os Jedi fizeram, depositaram sua esperança na arrogância (Luke entende isso em Os Últimos Jedi) de acharem que a Força era algo exclusivo deles, deixaram um Lord Sith os manipular em que percebessem ou sequer o sentissem. A esperança que os cidadãos de toda galáxia depositaram no exército da República, se arruinou num expurgo dos Jedi, e no fim da democracia, e o início de um terrível Império.


A esperança quando depositada em valores vãos, torna-se o contrário do que deveria ser.

Rogue One: A Star Wars Story

Ainda que não seja um dos episódios, é essencial como uma chave de ligação para a nossa reflexão sobre a esperança. A você que está lendo até aqui, recomendo que dê um play nessa versão incrível de Hope do Michael Giacchino tocada em um órgão de tubos:

 

 

Em Rogue One, a crescente Rebelião é o objeto de esperança, digamos que uma esperança massacrada e oprimida pelo Império, uma esperança tímida. Mas, com os crescentes avanços da Rebelião, há pessoas que passam a vislumbrar a esperança de um fim do Império.
A esperança nunca esteve tão ameaçada, todos os esforços da Rebelião em juntar pessoas, armamentos, conquistar apoiadores, ameaçados por uma arma com poder para destruir um planeta todo.
Nesse filme, em minha opinião pessoal, a protagonista não é a Jyn, e sim a própria Rebelião. Enfim, chega ao ponto que um pequeno grupo, com poucas chances, que deposita sua esperança nos valores corretos, consegue uma vitória imensa sobre Império, descobrem a fraqueza de sua Estela da Morte.
Quando conseguem os planos, a esperança está em encontrar um ponto fraco, e destruir a ameaça.
É interessante observar, que outro lado também tem uma esperança, gerar medo, e controlar tudo como quiserem, sem que ninguém ouse contrariar. Novamente vemos os nexos com a realidade.

Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança

O nome já diz tudo. A galáxia errou ao depositar sua esperança em pessoas e valores errados, agora, é o momento em que a fala de Obi Wan no Episódio III se cumpre, uma nova esperança surge! Aqui temos uma mudança, a esperança começa a ser depositada mais em pessoas do que em objetos.
Com a vitória da Rebelião ao destruir a Estrela da Morte, a esperança da galáxia tem um novo ápice, a maior arma de opressão do Império, se torna uma grande derrota. A esperança faz com que muitos adiram à causa da Aliança Rebelde.
Mas também há a principal razão do título do filme, Luke, a nova esperança, diante da opressão de Vader e do Imperador, para Obi Wan, Luke será o escolhido a trazer equilíbrio á Força, isso faz sentido, de um certo ponto de vista.

Star Wars Episódio V: O Império Contra Ataca


Considerado o filme mais sombrio de Star Wars, temos aqui uma história diferente. Após os atos do episódio anterior, Luke, Han e Leia, tornam-se os heróis a Rebelião, inspiração para o movimento, esperança para o desespero da galáxia. A destruição da estrela da morte não foi um golpe tão crítico quanto os rebeldes imaginavam, o Império ainda estava lá, caçando os rebeldes até os encontrar em sua base secreta.

Luke tem a esperança se tornar um Jedi, como seu pai foi, e também espera descobrir mais sobre si mesmo. Ele tem a visão de seus amigos sofrendo, Han é congelado em carbonita, Leia e Chewe presos, ele não pode apenas ficar ali treinando enquanto seus amigos sofrem.
Luke cai em uma armadilha, e nisso, descobre que Vader é seu pai. Em sua visão na caverna de Dagobah, Luke sente que Vader ainda tem algo de bom, e daí parte na esperança de trazer seu pai para o lado da luz novamente.

Star Wars Episódio VI: O Retorno de Jedi


Os Jedi sempre foram um símbolo de esperança para a galáxia, mesmo depois de muito tempo, quanto eram considerados lendas, sendo o Luke o último Jedi vivo, ele se torna a objeto de esperança.
Dentre muitos acontecimentos, o filme culmina no ápice da esperança, a Rebelião destrói a segunda estrela da morte, e junto com ela, o Imperador e Vader, fazendo o império se despedaçar.
A esperança estava depositada na Rebelião que agora era imensa, a esperança estava depositada no último jedi, a esperança estava, posteriormente, na Nova República.
Ainda que o império não tenha acabado totalmente, ele deixou de ser uma ameaça, ao menos por alguns anos. Anos de esperança renovada, na democracia e liberdade, que fora conquistada com tantas penas e percas.

Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força

Chegamos longe até agora, então, mais uma música para embalar a leitura:

Em O Despertar da Força, temos várias perspectivas de esperança, uma delas é a nossa pessoal, e a emoção de ter vivenciado o retorno da saga ao cinema de uma forma incrível.
De forma semelhante ao Episódio I, a Nova República começa a falhar, não consegue mensurar as ameaças iminentes, porém, a Leia, que agora se intitula General, cria uma força armada, para defender a Nova República, ainda que contra a vontade da República, no cenário atual, a esperança está depositada no sistema atual, mas Primeira Ordem abala drasticamente isso.
Diante das ameaças, e da falta de recursos, Leia procura desesperadamente por seu irmão Luke, na esperança de que ele a ajude.
Luke esperava passar adiante o que aprendeu, porém, seu sobrinho, Ben Solo, intitulado agora Kylo Ren, o traiu e devastou a academia, agora, Luke se exilou de tudo.
A Primeira Ordem cria uma arma nada original mais ameaçadora que qualquer coisa vista, a Base Starkiller, capaz de destruir todo um sistema, e assim o fazem, destroem o sistema capital da Nova República, sobrando apenas a Resistência para se contrapor.
A esperança foi drasticamente abalda, a paz aparente se tornou um caos. Já não bastando isso, Han Solo é morto pelas mãos de seu próprio filho, agora aprendiz do líder supremo da Primeiro Ordem, Snoke.

Star Wars Episódio VIII: Os Últimos Jedi


A República não existe mais, a Primeira Ordem reina, ganhando sistemas e mais sistemas. Leia ainda espera que Luke se junte à luta, e manda Rey ir ao encontro dele, para trazê-lo. Leia deposita suas esperanças em seu irmão e na missão confiada à Rey.
A Resistência evacua sua base e foge, porém, a Primeira Ordem os rastreia pela velocidade da luz, não há para onde ir.
General Leia fica inconsciente após o ataque dos caças tie na Raddus, somente sobreviveu usando a Força de uma maneira incrível, sendo consolidada cada vez mais como o maior símbolo de esperança para os jovens heróis da Resistência.
Com a vice almirante Holdo no comando, a Resistência não consegue vislumbrar sucesso naquela fuga suicida, uma hora não teria como fugir mais. Porém, a Holdo guardou em segredo seus objetivos para não estragar o plano, e para que a fagulha de esperança restante, no pequeno grupo da Resistência, sobrevivesse o suficiente para acender a chama que restauraria a República, e também a esperança de cada um na galáxia.
Leia que era o maior símbolo de esperança, chega ao ponto de dizer que a esperança havia acabado, Luke perde as esperanças nos Jedi e em si, Rey perde as esperanças em Luke, e cria esperanças em fazer o Kylo mudar de lado (como já falamos sobre a questão de colocar as esperanças em pessoas erradas), a esperança chega a um ponto quase nulo em vários personagens.
Quando Luke estava para enterrar suas esperanças, Yoda aparece o abre os olhos dele, coisa que por mais que não tenha tido resultado imediato, a Rey também fez, em mostrar a ele como que a galáxia necessitava de uma esperança, e que Luke era a esperança de toda a galáxia. Quando Luke se entrega à vontade da Força, ele não só reacende a fagulha de esperança, mas a incendeia, trazendo um nova esperança para toda a galáxia, mostrando os maiores obstáculos são superáveis, inclusive a Primeira Ordem.
Agora há um pequeno grupo, que venceu a batalha de Crait de um forma inesperada, o que será que veremos no último episódio da saga? Depois de dois episódios sombrios, seria bom termos a esperança renovada para fechar a atual trilogia com chave de ouro.
O que acham?